Mesa redonda com mulheres que inspiram

No segundo dia de Conecta Imobi, recebemos convidadas inspiradoras para uma mesa redonda. Como host, Elisa Tawil autora do livro “Proprietárias: A ascensão da liderança feminina no setor imobiliário”; Leila Jacy, Managing Director da Tishman Speyer e Roberta Bigucci, diretora da MBigucci Construtora e diretora operacional do Secovi-SP. 

É visível que mulheres conquistam cada vez mais igualdade de gênero dentro do mercado imobiliário. No entanto, apenas 14% dos cargos de diretoria das empresas brasileiras são ocupados por mulheres, segundo o ministério da economia. Nossas convidadas ultrapassaram todas as barreiras que conhecemos como “degrau quebrado” ou “telhado de vidro”, e estão em altos cargos de liderança de renomadas empresas do mercado imobiliário.

Nesse bate papo, elas compartilharam com a gente um pouco da experiência e do processo de como chegaram onde estão, neste mercado que ainda é bastante masculinizado. 

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A experiência de ser mulher no mercado imobiliário

Nem todas as mulheres entraram em contato com a discussão de gênero ao mesmo tempo. Leila Jacy, por exemplo, nos contou que nunca realmente parou para pensar na questão de ser uma mulher disputando esse ambiente. 

“O meu maior desafio sempre foi fazer aquilo que eu acreditava e o que eu queria fazer de diferente para esse mercado onde eu sempre atuei.”

Para Leira, o principal foi se posicionar como autoridade, numa posição de respeito, não por ser uma mulher em ambientes masculinos, mas pela necessidade de encontrar seu próprio caminho e realizar seus projetos. 

“Os grandes desafios foram, sim, estudar aquilo tudo que eu queria mostrar, trazer inovação. Ter postura para convencer e conhecimento para vender meus projetos e ideias.” Leila ainda salienta que é preciso saber ouvir e recuar nos momentos certos, onde talvez as suas ideias não sejam as melhores ideias.  

“Acho que esses foram os desafios durante a carreira, mas eu nunca parei e pensei ‘preciso me posicionar como mulher’, não, acho que sempre foi como querer estar num lugar e desenvolver projetos onde eu pudesse olhar e dizer ‘é isso que eu acredito’”. 

Roberta Bigucci também abre que não percebia essa desigualdade de gênero quando começou: “Eu nunca tive medo, na verdade eu nunca percebi esse problema “homens e mulheres” (...) pra mim sempre foi tudo muito junto. Então hoje, com todas as bandeiras levantadas, eu fico pensando assim: quando o homem vai numa reunião que só tem mulher, ele se sente incomodado.”

Roberta ainda completa que não sentia o mesmo incômodo que muitas mulheres, talvez por sempre ter vivido em ambientes masculinos. Por isso, ela considera que estudar é essencial e que um bom caminho para sentir segurança é ter conteúdo e competências para os novos desafios.

Na dúvida, busque inspiração

Muitas vezes, é comum duvidar de si mesma, da própria capacidade de assumir desafios. É isso que nos conta também Roberta: “o maior problema das mulheres é a auto sabotagem. Será que eu vou chegar lá? Será que eu vou conseguir? Se eu tiver competência eu vou chegar lá, qualquer pessoa vai chegar lá se tiver competência.”

Uma boa saída para esses momentos é procurar inspiração, encontrar mentores e mentoras; pessoas às quais admiramos o trabalho ou competências, que possam ser um espelho para esses momentos de desafio. 

Além disso, é importante reconhecer sua trajetória na trajetória de outras pessoas, ver que é possível. Mulheres em cargos de liderança mostram que é possível. Mesmo possíveis dúvidas ou fragilidades não impedem o crescimento e a possibilidade de alcançar nossos objetivos.

Mais do que isso, a representatividade feminina em cargos mais altos amplia o campo de possibilidades para quem está no início da carreira. É preciso acreditar, é preciso saber e é preciso comunicar que certas coisas são possíveis. 

“Se você não tiver ninguém para se espelhar, seja você o espelho”. 

Não podemos ser o que não podemos ver. Por isso é tão importante ver mulheres em posições, é importante entender que existem essas jornadas de carreiras nesses setores. No entanto, vale dizer que se alguém chegou é porque outra pessoa foi primeiro.

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