O mercado imobiliário tem passado por transformações significativas nas últimas décadas. Seja pelas mudanças tecnológicas, como o uso crescente de inteligência artificial, ou pela mudança de comportamento dos consumidores, o setor tem se adaptado para atender às novas demandas. E pensar no futuro é fundamental.

Durante um painel realizado no Conecta Imobi 2024, Marcelo Moreira (Diretor Comercial da EBM), Peixoto Accyoli (CEO da REMAX Brasil), Alexandre Lafer (CEO da Housi), mediados por Marcos Leite (CMO do Grupo OLX), discutiram esses movimentos e destacaram como as empresas podem se preparar para o futuro.

O básico bem feito: a chave para o sucesso

Uma das mensagens mais fortes do painel foi a importância de "fazer o básico bem feito". 

Segundo os participantes, muitas vezes, as empresas estão tão focadas em inovações que se esquecem de que o sucesso começa com a execução perfeita das tarefas cotidianas. 

Isso inclui um atendimento ao cliente de excelência, processos bem estruturados e a entrega de valor consistente.

Peixoto Accyoli reforçou a ideia de que "fazer o básico bem feito" não é uma tarefa simples, mas é o que diferencia as empresas que sobrevivem no longo prazo.

Trazendo para o contexto do real estate, Accioly reforçou: “O principal inimigo do corretor, o principal concorrente do dono de uma imobiliária não é a inteligência artificial, não são produtos, aplicativos ou qualquer coisa. É o trabalho que ele faz e o valor que ele entrega para o cliente. Esse é o ponto”.

Ele destacou que o corretor de imóveis, por exemplo, é mais forte do que nunca, mesmo com o avanço de plataformas digitais. "O corretor nunca esteve tão empoderado na história do mercado imobiliário", afirmou. Mas é fundamental focar no básico bem feito.

O cliente no centro

Outro ponto de destaque foi a necessidade de colocar o cliente no centro de todas as operações.

A digitalização acelerada pela pandemia tornou os consumidores ainda mais exigentes e informados. As empresas que conseguem criar uma experiência diferenciada para o cliente são aquelas que se destacam no mercado.

Marcelo Moreira compartilhou sua visão de que o lar ganhou um novo significado com a pandemia, tornando-se um refúgio e um espaço de segurança.

Ele acredita que o foco principal deve ser entender essas mudanças nas necessidades do cliente e se adaptar rapidamente. "O cliente quer ser bem atendido, e isso não muda", disse Moreira.

Inovação, resiliência e coragem

Ale Láfer trouxe uma perspectiva inspiradora ao painel ao falar sobre os desafios de inovar em um mercado tradicional como o imobiliário.

Ele contou sobre sua jornada empreendedora, enfrentando ceticismo no início de sua carreira ao propor a criação de apartamentos compactos, hoje uma tendência consolidada.

Para ele, a inovação exige resiliência e coragem, características que todo empreendedor deve ter para superar os desafios. "Se você acha que o mercado vai mudar, vá em frente e faça. A recompensa é muito grande", aconselha Láfer.

A criação de comunidades é fundamental

Além de tecnologia e inovação, o conceito de comunidade também foi amplamente discutido.

Segundo os palestrantes, o futuro das empresas imobiliárias passa pela criação de uma forte conexão com o cliente e a construção de comunidades ao redor das marcas.

Eventos, parcerias e iniciativas que promovem essa troca de experiências são essenciais para fortalecer essa relação.

A construção de uma cultura empresarial voltada para a inovação e a realização foi outro ponto destacado.

Láfer comentou sobre a importância de criar uma cultura organizacional que todos na empresa sigam, independentemente de estarem sendo observados ou não. "Cultura é o que todo mundo faz quando não tem ninguém olhando", reforçou Accyoli.

Da esquerda para a direita: Marcos Leite, Alexandre Lafer, Marcelo Moreira e Peixoto Accyoli

Futuro do mercado imobiliário: o que não vai mudar?

O painel finalizou com uma reflexão interessante sobre as mudanças no mercado. Embora muitas coisas estejam mudando rapidamente, alguns aspectos continuam os mesmos.

"O cliente querer ser bem atendido não vai mudar. O cara que está comprando imóvel, ele quer comprar o melhor imóvel possível, pelo menor preço possível, isso não vai mudar. O cara que está vendendo imóvel, ele quer vender pelo preço mais caro que ele puder, o mais rápido que ele puder, isso também não vai mudar", disse Accyoli.

E completa: “Então, é óbvio que é importante você ver, até para a inovação, para tudo, analisar os cenários de mudança, mas pensa no que vocês podem fazer nas suas empresas, nas suas organizações, na sua carreira como corretor, baseado naquilo que de fato não vai mudar”.

Assim, enquanto a inovação continua a transformar o setor, as empresas devem focar em fazer o básico bem feito e manter o cliente no centro de suas operações. Isso garantirá seu sucesso em um mercado cada vez mais competitivo e digital.

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